Começou a audiência pública da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público para ouvir representantes de empresas e empregados sobre as condições de trabalho nas hidrelétricas de Belo Monte (PA); Ferreira Gomes e Santo Antônio do Jari (AP); e Jirau e Santo Antônio (RO). No entanto, apenas um dos convidados compareceu à reunião.
O único presente é o representante da Alupar Investimento S.A., Ronaldo Parisi. Não mandaram representantes: a Eletrobrás, os demais consórcios envolvidos na construção das hidrelétricas e os sindicatos e federações de trabalhadores envolvidos com a questão.
Para o deputado Sebastião Bala Rocha (PDT-AP), é preciso ouvir os outros consórcios. Assim, a comissão tentará marcar uma nova data para realizar reunião sobre o tema.
Ministro
Ainda segundo Rocha, caso as partes envolvidas continuem a ignorar os pedidos dos parlamentares, poderá ser necessário convocar o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA) para vir à comissão.
Novos conflitos
Ontem, operários da usina de Belo Monte iniciaram uma paralisação para pressionar a empresa a melhorar sua proposta de acordo coletivo. Segundo o Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), sete pessoas se feriram durante o último fim de semana, em que houve quebra-quebra e vandalismo na usina. A Polícia Civil prendeu ontem cinco funcionários sob a acusação de participação nos tumultos.
Na noite de domingo, segundo a CCBM, 20 pessoas depredaram, em "ação orquestrada", instalações de três canteiros de obras. Em um dos canteiros, o grupo teria incendiado um ônibus, uma lanchonete, alojamentos e colchões.
A principal insatisfação dos funcionários é em relação a folgas para visitar suas famílias. Eles reivindicam que o intervalo entre as folgas seja reduzido para três meses. A proposta do consórcio é de que a primeira folga aconteça após cinco meses de trabalho. Os operários também pedem um reajuste maior do que os 11% oferecidos.
Fonte: Portal Câmara dos Deputados