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Planejamento de segurança para as Olimpíadas 2016 é apresentado ao MPF/RJ

 
 

Integração. Essa foi a palavra repetida exaustivamente pelas autoridades presentes na reunião técnica “Segurança Pública nas Olimpíadas: desafios e perspectivas”. O encontro entre o Grupo de Controle Externo da Atividade Policial no Rio de Janeiro (Gceap) e as instituições envolvidas com o planejamento da segurança para as Olimpíadas ocorreu nesta última quinta, 22, no auditório da Procuradoria da República do Rio de Janeiro (PR/RJ) com o objetivo de coletar informações para orientar a atuação do Gceap.

Na reunião técnica, as autoridades apresentaram o planejamento estratégico integrado dos Jogos, homologado pela Portaria Interministerial n° 1.678, de 30 de setembro de 2015. O plano está sustentado por três eixos de ação: segurança pública, defesa nacional e inteligência. “Os objetivos estabelecidos neste plano somente serão alcançados a partir de ações conjuntas, coordenadas e integradas de todas as agências envolvidas com a segurança dos Jogos”, destaca a portaria.

A próxima etapa é a homologação do planejamento tático, que já está em sua segunda validação e, em breve, será homologado. Com base nisso, os planos operacionais de cada instituição deverão integrar o planejamento estratégico integrado de segurança pública para os Jogos Olímpicos Rio 2016. As polícias Militares, Civil, Federal e Rodoviária Federal apresentaram a situação atual dos seus planejamentos operacionais, bem como os desafios e perspectivas para o evento do ano que vem.

Reunião técnica – Para compor a mesa de abertura da reunião técnica do Gceap/RJ, estiveram presentes o procurador-chefe da PR/RJ, José Schettino; o coordenador do Grupo de Controle Externo da Atividade Policial, procurador Eduardo Santos; o secretário extraordinário para Grandes Eventos do Rio de Janeiro, Roberto Alzir Dias Chaves; e o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual, Cláucio Cardoso da Conceição.

“Não podemos esquecer dos riscos que envolvem grandes eventos como esses”, alertou o procurador-chefe ao abrir o evento. Em seguida, Eduardo Santos reforçou a ideia de que segurança pública se faz com o trabalho policial, mas também com coordenação e integração. O promotor Cláucio Conceição destacou que o MP-RJ tem 25 membros especializados no combate às organizações criminosas. Por último, o secretário Roberto Alzir enfatizou que as Olimpíadas serão um marco na história do Brasil e do Rio de Janeiro.

Também participaram do evento a coordenadora do Núcleo de Combate à Corrupção (NCC) da PR/RJ, Gabriela Rodrigues Figueiredo Pereira, e a coordenadora criminal da PR/RJ, Ana Paula Ribeiro Rodrigues, além de integrantes do Gceap.

Apresentações dos planejamentos – A reunião técnica seguiu com seis apresentações dos trabalhos desenvolvidos pelas instituições envolvidas com a segurança dos jogos olímpicos. A primeira apresentação foi a do coordenador-geral de Planejamento Operacional, Anderson Bichara, da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, sediada em Brasília (DF). Ele destacou que eventos anteriores, como a Copa das Confederações, Copa do Mundo e Jornada Mundial da Juventude, trouxeram experiência para que o Brasil obtenha êxito na condução da segurança dos Jogos. “O modelo adotado no Brasil respeitou as peculiaridades do país, que é uma federação, sendo importante o trabalho de coordenação do trabalho com uma arquitetura integrada”.

De acordo com ele, foram programados 44 eventos-teste até os Jogos Olímpicos para aperfeiçoar o planejamento, 12 deles já executados. Uma novidade em relação à Copa do Mundo, em que Bichara também esteve na coordenação da segurança, é que, além do Centro Nacional (em Brasília), haverá cinco Centros Regionais (no Rio e nos Estados onde terão jogos de futebol), além de quatro Centros Setoriais, um em cada local onde ocorrerão provas olímpicas – Barra, Deodoro, Maracanã e Copacabana. Outra novidade será o uso de quatro aerostáticos, que são balões estacionários que capturam imagens em alta definição. “O maior legado dos jogos olímpicos para a segurança pública será a integração”, diz acreditar Bichara.

A segunda apresentação foi a do secretário Roberto Alzir, que expôs a atuação sob a ótica do Estado do Rio de Janeiro. “O grande desafio é integrar os três níveis de governo e termos em mente que o protagonista do evento tem que ser o atleta e a atleta, as instalações, além dos turistas e das turistas”. Ele destacou os possíveis riscos para a segurança dos jogos: ataques terroristas e sabotagens; manifestações sociais; criminalidade e violência; mobilidade urbana; saúde coletiva; comprometimento de serviços essenciais (água, luz, internet); fenômenos naturais, incidentes e catástrofes.

“Temos que trabalhar com essas variáveis para que impactem menos possível no andamento do evento. O somatório dos três eixos do planejamento (segurança pública, defesa nacional e inteligência) representa todos os nossos esforços para entregar um planejamento efetivo de segurança para os jogos”, pontuou.

Para destacar o papel da Polícia Militar, o coronel Edison Duarte detalhou as responsabilidades da PM durante o evento, entre elas, a segurança nos perímetros externos e imediatos das instalações olímpicas e a segurança das rotas oficiais e vias públicas.

Já para falar do papel da Polícia Civil, o delegado Tarcísio Andreas Jasen destacou que a cidade não pode parar. “Vamos trabalhar com as investigações rotineiras e com fatos extraordinários”. Para isso, no plano operacional da Polícia Civil, estão previstos reforços nas delegacias próximos aos locais do evento e turísticos, além de destacar 200 policiais bilíngues para lidar com estrangeiros e estrangeiras. Além disso, em parceria com o Poder Judiciário, serão montadas delegacias extraordinárias, para dar agilidade e eficiência às ocorrências.

A Polícia Federal foi representada pelos dois coordenadores Regionais de Segurança para Grandes Eventos, Álex Levi Bersan de Rezende e Rodrigo de Souza Alves. A estratégia do plano operacional da PF foi inspirado nos jogos de Londres, com adoção das escalas ouro (coordenação estratégica em Brasília), prata (regional, no Rio de Janeiro) e bronze (operacional).

Para os jogos, a PF reforçará o efetivo nos aeroportos Galeão e Santos Dumont e no Porto do Rio, além de manter quatro unidades em cada um dos locais dos jogos (Deodoro, Barra, Copacabana e Maracanã). Eles destacaram ainda os esforços para combater o terrorismo: uma das novidades anunciadas é a criação do Centro Integrado de Antiterrorismo (Ciant). “Estarão presentes mais de cem chefes de Estados e de Governo e a cooperação internacional será fundamental para o êxito desse trabalho”, destacaram.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizou a última apresentação, revelando fortes preocupações com a Ponte Rio-Niterói, relembrando o episódio ocorrido em fevereiro deste ano, quando 150 funcionários do Comperj interditaram a via. O planejamento da PRF foi apresentado pelo superintendente Regional José Roberto Lima Neto e pelo inspetor Marcos Prado. Eles destacaram que a PRF vai colocar à disposição dos jogos 500 motocicletas, 400 viaturas, três helicópteros e 2 mil agentes. “Além das fronteiras e das vias de acesso ao Estado do Rio de Janeiro, outro o desafio será assegurar que autoridades e atletas cheguem aos locais e nos horários sem atraso”, explicou Prado.

Para isso, o serviço de batedores/as será crucial. Isso explica a divisão do plano operacional da PRF em dois eixos: rodovias federais e segurança de VIPs. Prado também enfatizou que agentes da PRF receberam treinamentos na Europa para acompanharem provas ao ar livre, como ciclismo e maratonas.

Ao final, o coordenador do Grupo de Controle Externo da Atividade Policial no Rio de Janeiro, Eduardo Santos, revelou preocupação do MPF com a segurança em relação ao Porto do Açu, no Norte Fluminense, que é privado. “É preciso pensar na segurança dessa porta de entrada na perspectiva do planejamento dos Jogos Olímpicos”, destacou Santos, enfatizando ainda que "o evento é o maior do planeta e são esperadas mais de 8 milhões de pessoas no Rio de Janeiro. Os órgãos de segurança pública devem estar preparados.” O procurador ressaltou ainda que , de posse dos dados e da degravação da reunião, a próxima etapa é a avaliação do material  por parte dos integrantes do Gceap para eventuais medidas.

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Fonte: MPF

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NOTÍCIAS,. Planejamento de segurança para as Olimpíadas 2016 é apresentado ao MPF/RJ. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2015. Disponível em: https://investidura.com.br/noticias/mpf/planejamento-de-seguranca-para-as-olimpiadas-2016-e-apresentado-ao-mpf-rj/ Acesso em: 16 abr. 2024