Filosofia do Direito

Resenha do Livro Lisístrata – Aristófanes

 

Referência Bibliográfica

 

ARISTÓFANES; 444 a.C. – 385 a.C. LISÍSTRATA; tradução de Millôr Fernandes. –- Porto Alegre : L & PM, 2007. — 128 p

 

 

Biografia do Autor

 

Aristófanes, nasceu muito provavelmente em torno de 445 a.C., em local ignorado, embora fosse considerado cidadão ateniense. Possivelmente foi criado no meio rural, numa propriedade da ilha de Aegina. Sabe-se que recebeu uma sólida formação filosófica, que exerceu um cargo público, a pritania. Em o Banquete de Platão, este o cita como uma pessoa agradável, jovial e divertida. Teve dois filhos, Araros e Filipos, os quais seguiram  carreira no teatro cômico.

 

 

Síntese do Conteúdo

 

A personagem central da comédia escrita por Aristófanes é Lisístrata, que cansada da ausência do marido em razão das diversas guerras que assolavam Atenas, desta feita a Guerra do Peloponeso, elabora um plano para acabar com elas definitivamente.

 

Chama suas amigas e companheiras, bem como as demais mulheres da região, para em assembléia, explicar-lhes em que consistia sua idéia: uma greve de sexo, seguida da tomada da Acrópole, pois era lá que estava guardado o tesouro de sustentação financeira do combate.

 

Uma vez aceita a idéia, as mulheres dirigem-se à Acrópole para tomá-la. Um grupo de velhos, na comédia representado pelo Coro de Velhos, tenta impedi-las e até mesmo expulsá-las do local, fazendo uso de tochas de fogo. Não logram êxito graças ao Coro de Velhas.

 

Soldados ajudando um comissário chegam ao local a fim de prender Lisístrata, porém foram proibidos pelas outras mulheres. Os dois iniciam um debate, ela defendendo apaixonadamente os pontos de vista contrários aos do comissário, que era no momento o representante da classe masculina.

 

Lisístrata resiste bravamente ao embate entabulado, pondo por terra os argumentos do comissário, o qual julgava que o lugar de mulheres seria em casa. Lisístrata continua não medindo esforços para conter algumas das mulheres, que mais fracas intencionavam fugir para ir ao encontro dos inimigos. Após muitos esforços consegue contê-las e faz a elas  a leitura de uma profecia (p.76), que assegura a vitória feminina desde que o pressuposto da união entre elas se faça presente. E elas se mantêm firmes em seu propósito alcançando finalmente a tão almejada conquista: a paz.

 

 

Apreciação da Obra

 

Aristófanes foi o único autor da Comédia Grega Antiga, cujas obras chegaram íntegras até a atualidade. Trata-se de uma peça divertida, leve e de leitura fácil, traduzida por uma linguagem viva e plena de diálogos pitorescos. Sem ser vulgar, Aristófanes se utiliza de todos os meios concebíveis de que podia dispor para despertar o riso, empregando exageros, ironias, caminhando da zombaria burlesca à perspicácia mais tênue. Consegue ser a um só tempo senhor de um humor fino, apurado, deixando de lado o ordinário.

 

Graças às mulheres, e em especial, Lisístrata, Atenas e Esparta alcançam a paz, após uma estratégia de fascinação e magia muito bem empregada pelo lado feminino da batalha. É bom lembrar que Lisístrata, em grego, significa a que dissolve, a que separa exércitos.

 

 

 

* Regina Maria de Paula, estudante do curso de Direito na Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP, 8ª etapa

Como citar e referenciar este artigo:
PAULA, Regina Maria de. Resenha do Livro Lisístrata – Aristófanes. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2010. Disponível em: https://investidura.com.br/resenhas/filosofiadoreito/resenha-do-livro-lisistrata-aristofanes/ Acesso em: 28 mar. 2024