Sociedade

O Preconceito Contra as Mulheres e sua Escravização à Futilidade

 

      A ENCICLOPÉDIA JURÍDICA LEIB SOIBELMAN informa sobre preconceito:

 

Prevenção. Prejuízo. Intolerância. Ódio irracional contra religiões, raças, povos, classes, profissões. Opinião ou juízo formado sem maior exame. Crendice.

 

Não menciona expressamente o preconceito contra as pessoas do sexo feminino. Todavia, esse preconceito existe, na verdade, em larga escala.

 

Quando se trata de reconhecer seus méritos em áreas em que concorrem com os homens, elas sofrem restrições severas.

 

Os representantes do sexo masculino querem as mulheres voltadas apenas para o culto à Beleza e às Prendas Domésticas, visando, usufruírem, através delas, no primeiro caso, do prazer sexual, e, no segundo, tê-las como servidoras pacientes e fiéis.

 

As mulheres atualmente têm procurado libertar-se de grande parte dos serviços domésticos, inclusive dividindo tarefas com os maridos.

 

Todavia, não conseguiram entender que sua escravização às regras cada vez mais exigentes da Beleza coloca-as numa posição falsa de prestígio passageiro.

 

MOHANDAS GANDHI aconselhava as mulheres a não se submeterem a esse tipo de falso prestígio, alcançado à custa de renúncia ao direito de valorizar-se pelos seus méritos reais, que independem dos enfeites e artifícios estéticos.

 

Não que as pessoas do sexo feminino tenham de desprezar sua natural e louvável inclinação para o Belo, mas sim que não se entreguem de pés e mãos atados à ditadura da Moda, comandada pelos delírios de Estetas nem sempre razoáveis e ponderados.

 

Vê-se atualmente a quase padronização da aparência feminina, muitas vezes violentando o estilo pessoal de cada uma: ou você é mais uma a seguir os padrões estabelecidos pelos figurinistas e estilistas ou você será desprezada como “uma estranha no ninho”…

 

A própria inteligência fica em segundo plano: se você é bonita e veste-se dentro dos estilos mais prestigiosos, isso basta para você brilhar como uma flor de um dia; se você não tem um visual perfeito, ainda pode salvar alguma coisa em termos de destaque se se veste com esmero; todavia, se não prima por nenhuma das duas exigências acima, está fadada ao descaso geral.

 

O preconceito fala alto neste ponto.

 

Como homem, fico penalizado de ver a forma como as mulheres têm aceitado esse quadro de acontecimentos.

 

Por isso, faço esta reflexão, aconselhando-as a se libertarem dessa sutil imposição, que visa mantê-las nos limites enganosos da Futilidade para não ocuparem os espaços que antes eram somente nossos “.

 

 

* Luiz Guilherme Marques, Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora (MG).

Como citar e referenciar este artigo:
MARQUES, Luiz Guilherme. O Preconceito Contra as Mulheres e sua Escravização à Futilidade. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2009. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/sociedade/o-preconceito-contra-as-mulheres-e-sua-escravizacao-a-futilidade/ Acesso em: 25 abr. 2024