Sociedade

A Biografia de Antonio de Arruda Marques

 

Todas as pessoas têm os eventos mais importantes de sua vida gravados, no mínimo, no coração e na memória de quem as quer bem.

 

Alguns poucos têm seus nomes e feitos lembrados nos compêndios de História, outros dão nomes cidades, vias públicas, praças, bairros etc.

 

Muita gente, que não teve seu nome gravado de forma a ser conhecida pela posteridade, mereceria ter sua vida anotada para conhecimento de todos, a fim de servir como exemplo de idealismo, cultura, religiosidade, coragem etc. para as gerações futuras.

 

Cada pessoa, famosa ou não, deixa “uma ou duas marcas registradas” da sua personalidade. Sempre temos um ponto mais destacado na nossa personalidade.

 

“Cada um dá o que tem.”

 

Meu biografado caracterizou-se por dois qualificativos: coragem e idealismo.

 

Como juiz da Justiça Militar Federal, na época da Revolução de 1964, além de enfrentar situações de extrema adversidade, quando quase a unanimidade dos operadores do Direito temia represálias se ousassem contrariar a ideologia dominante, decidiu os processos de sua competência com imparcialidade, sem preocupar-se se agradava ou não aos que exerciam o comando do país. Acabou sendo considerado inconveniente para o regime do momento e foi aposentado punitivamente em 1969, quando tinha 42 anos de idade.

 

Faleceu em 1970, com 44 anos de idade.

 

Mas, vamos por partes.

 

Nasceu em 13/06/1926, em Cáceres-MT.

 

Ocupou os seguintes cargos:

 

Na Educação:

 

diretor do Departamento de Educação e Cultura de MT; assistente de educação (por concurso), no Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, do Ministério da Educação e Cultura; professor da Escola Normal Estadual Joaquim Murtinho, em Campo Grande-MS; professor da Escola Industrial de Cuiabá-MT; professor titular da Faculdade de Direito de Campo Grande-MS; aprovado pelo Ministério da Educação para professor de Faculdade de Direito de Juiz de Fora-MG;

 

Na Justiça:

 

advogado nas áreas cível, criminal etc.; advogado-de-ofício na Justiça Militar Federal; advogado contratado pela Secretaria de Agricultura de MT para consultoria jurídica, assuntos de terras, colonização e organização de empresas e ações na Justiça; juiz-substituto em exercício de juiz de direito em todas as Varas Cíveis, Criminais e Trabalhistas na Comarca de Campo Grande-MS; promotor de justiça em MT; procurador-geral de justiça em MT; sub-procurador-geral de justiça em MT; juiz-auditor titular (por concurso) da Justiça Militar Federal, trabalhou nas Circunscrições de Bagé-RS, Campo Grande-MS e Juiz de Fora-MG;

 

Outras Atividades:

 

chefe de gabinete do secretário do interior, justiça e finanças de MT; diretor do Departamento de Terras e Colonização de MT; diretor da Cia. de Armazéns e Silos de MT S/A – CASEMAT; organizador jurídico de grandes empresas estatais e de economia mista de MT: Cia de Armazéns e Silos de MT – CASEMAT, Cia. Agrícola de MT – CAMAT, Central Açucareira de Jaciara S/A, Cia. Siderúrgica de MT S/A – COSIM, grande prática em administração de empresas e organizações de grande vulto; procuradorias em geral; grande prática em procuradoria e relações com repartições públicas, bancos e setores privados;

 

No Jornalismo e atividades redatoriais:

 

fundador e diretor do Jornal Correio do Estado, diário vespertino de Campo Grande-MS;

 

Deixou viúva e cinco filhos, estes últimos que, com seu exemplo, aprenderam as lições do idealismo e coragem.

 

 

* Luiz Guilherme Marques, Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora (MG).

Como citar e referenciar este artigo:
MARQUES, Luiz Guilherme. A Biografia de Antonio de Arruda Marques. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2009. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/sociedade/a-biografia-de-antonio-de-arruda-marques/ Acesso em: 28 mar. 2024