Sociedade

Investimento em Cidadania das Crianças e Adolescentes Marginalizados

 

Em entrevista recente a RICARDO CRAVO ALBIN, a Coordenadora Executiva e Pedagógica do PROJETO UERÊ, Prof. YVONNE BEZERRA DE MELLO afirmou que os empresários podem escolher entre instruir e empregar os jovens carentes ou serem assaltados por eles.

 

Pesquisei na Internet sobre o Projeto e encontrei no endereço www.projetouere.org.br/br/uere_quemsomos.php o histórico da Organização:

 

      As crianças e jovens que viviam nas ruas nas imediações da Igreja da Candelária na área central da cidade do Rio de Janeiro, eram atendidos de maneira voluntária pela Sra. Yvonne Bezerra de Mello, presidente do projeto UERÊ durante 10 anos e hoje sua Coordenadora Executiva e Pedagógica. Em 1993, oito crianças e jovens foram assassinados por policiais na chacina da Candelária. Muitos dos sobreviventes foram morar debaixo de um viaduto em São Cristóvão e continuaram a serem atendidos pela Sra. Yvonne Bezerra de Mello. Debaixo desse viaduto surgiu o esboço da primeira escola UERÊ que funcionou de maneira precária durante quatro anos atendendo a cerca de 120 crianças/dia. Perto desse viaduto existia uma pequena favela de mil pessoas. Muitas crianças dessa comunidade começaram a freqüentar o UERÊ onde recebiam escolaridade e três refeições/dia.

 

      

      Em 1997, a prefeitura do Rio de Janeiro removeu a favela ali existente para o Complexo da Maré, em Bonsucesso. O PROJETO UERÊ acompanhou essa população permanecendo até 1998 nos abrigos da prefeitura no dito Complexo até o assentamento daquela população no local chamado Baixa do Sapateiro.

 

      

      No ano de 1998, o PROJETO UERÊ confirmou-se como Organização Não-Governamental fortalecendo a proteção de direitos e a família atuando com mais enfoque na prevenção. Na parte pedagógica especializou-se em crianças com traumas constantes e ininterruptos causados por diversos tipos de violência levando a bloqueios e graves problemas de aprendizado. Adquiriu sua primeira casa com doação de um industrial americano, Sr. Ray Rasmussem da Califórnia, Estados Unidos.

      

      Os fundadores do PROJETO UERÊ foram: Yvonne Bezerra de Mello, Álvaro Bezerra de Mello, Ayrton Secundino Ribeiro e Héber Moura Júnior.

 

A escolha a que se refere a professora, aliás, cabe também aos órgãos governamentais e a todas as pessoas da coletividade.

 

Disse, ainda, a excelente pedagoga que, no que não pode haver politicagem e o trabalho deve ser realizado por quem se interessa realmente pelo assunto e o conhece bem.

 

YVONNE fala com a voz da experiência e do idealismo, portanto, com autoridade.

 

Outra afirmação dela é de que os órgãos governamentais estaduais e municipais investem muito pouco em projetos relacionados às crianças carentes, enquanto que o Governo Federal tem fornecido mais recursos nessa área.

 

O saldo positivo da entrevista é a convocação dirigida a cada um de nós para colaborarmos no sentido da concretização verdadeira do Estatuto da Criança e do Adolescente, caso não queiramos blindar nossos carros e montar um esquema de segurança em nossas casas…

 

 

* Luiz Guilherme Marques, Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora (MG).

Como citar e referenciar este artigo:
MARQUES, Luiz Guilherme. Investimento em Cidadania das Crianças e Adolescentes Marginalizados. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2009. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/sociedade/investimento-em-cidadania-das-criancas-e-adolescentes-marginalizados/ Acesso em: 25 abr. 2024