Há um grupo de seres humanos para quem a Estética é uma verdadeira ciência, acima das Ciências.
Para elas, as orelhas, além de importantes detalhes do aparelho auditivo, representam sustentáculos preciosos para carregar brincos maravilhosos.
Para elas, as sobrancelhas e os cílios, mais que contribuidores do sentido da visão, trabalham como enfeites decisivos do rosto.
Para elas, os lábios, mais que essenciais à função da alimentação, devem ser depositários de coloridos os mais variados para valorizar a beleza da fisionomia.
Para elas, os cabelos nunca são mero protetor do couro cabeludo, mas também acessórios milagrosos para o embelezamento dos membros da espécie.
Para elas, os dedos não servem apenas para auxiliar as mãos, mas igualmente para encherem-se de anéis coloridos.
Para elas, as unhas não são meros protetores das extremidades dos dedos mas verdadeiras telas para pinturas exuberantes.
Para elas, os braços detêm a função de realizar esforços mecânicos mas igualmente se fazem cabides para pulseiras múltiplas.
Para elas, o vestuário não visa apenas a cobrir o corpo contra as variações de temperatura mas se transformar em verdadeiras obras de arte.
Para elas, o ventre não se destina a mero repositório de alimentos mas também para guardar, durante nove meses, o fruto do seu amor, perpetuando a vida humana.
Para elas, todo ambiente natural merece respeito, mas deve ser modificado infindavelmente sob o ângulo da Estética.
Para elas, a higiene é detalhe indispensável em qualquer situação.
Para elas, a gentileza é artigo de primeira necessidade e indispensável à vida cotidiana.
Para elas, a violência e a guerra são intoleráveis.
Há governos e governantes que se orgulham de trabalhar pela paz social e mundial, mas aquelas criaturas são as únicas que realmente sustentam a paz nas cidades e nos países.
Graças a elas, com sua capacidade inata de perdoar, é que se faz possível a vida humana no planeta.
Se não fossem elas – através das suas renúncias, dedicação e trabalho silencioso – a humanidade já teria desaparecido da face do orbe em hecatombes inimagináveis.
Louvemos esses mais de três bilhões de seres belos, pacíficos e dignificadores da espécie humana.
* Luiz Guilherme Marques, Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora (MG).