(Dedico este artigo aos juízes HELICIA VITTI LOURENÇO, ALINE LUCIANE RIBEIRO VIANA QUINTO e JOSÉ LUIZ LEITE LINDOTE, do TJMT, e ao promotor de justiça LUCIANO MARTINS DA SILVA, da PGJMT)
A Associação dos Magistrados Brasileiros – AMB (www.amb.com.br) publicou, em 26/07/2007, um informativo intitulado Projetos de juízes mato-grossenses combatem a violência, educam e dão esperança:
Vários juízes de Mato Grosso realizam trabalhos voluntários e encabeçam projetos sociais que contribuem para uma cultura de paz. São projetos de alfabetização, aperfeiçoamento profissional e ressocialização de presos, e palestras para combater a violência.
[…]A contribuição da Mídia indiscutivelmente é importante para o Progresso, através das informações, que geram a reflexão. Mas informar não é mostrar somente os aspectos negativos da vida coletiva. Os eventos construtivos também devem ser postos em relevo.
Mostrar os eventos negativos traz os benefícios de evitar que se repitam e reprochar seus causadores. Mostrar os positivos visa incentivar as outras pessoas à sua imitação e elogiar seus atores.
O destaque excessivo dado aos acontecimentos negativos acirra os ânimos da população e gera a falsa crença de que o Mal é mais forte que o Bem e que é preferível ser desonesto ou mau. Isso sem falar no destaque que principalmente os meios televisivos tem dado à pornografia, com a apresentação de programas de altíssimo teor desagregador que acabam sendo vistos até por crianças…
Preocupada a Mídia em apresentar à execração pública pessoas e instituições, de tempos em tempos muda-se o foco das informações, ora crucificando membros do Judiciário, ora do Legislativo, ora do Executivo…
Todavia, exemplos nobres como os dos operadores do Direito a quem dedico este artigo passam despercebidos.
Profissionais dotados tão elevado idealismo deveriam ser colocados nas primeiras páginas dos jornais e nas manchetes das redes de televisão, revistas e rádio, como verdadeiros modelos de cidadania.
Na verdade, há muitos outros operadores do Direito e também profissionais das mais variadas áreas que agem de forma idealista e propositadamente útil ao meio social. Mas o destaque que recebem é mínimo em relação às notícias escandalosas que enchem os noticiários da Mídia em geral.
É preciso que se crie um Conselho Nacional para os profissionais da Mídia nos moldes dos que existem para o Judiciário (CNJ) e para o Ministério Público (CNMP), ou seja, de composição mista, ou seja, formado de pessoas da classe e de representantes da população.
Não se pretende o cerceamento da liberdade de expressão, liberdade essa que é imprescindível para a vida coletiva, mas sim a responsabilização daqueles que utilizam os meios de comunicação com segundas intenções ou para corromper as pessoas…
* Luiz Guilherme Marques, Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora (MG).