Sociedade

A primeira vacina contra o coronavírus (COVID-19): Rússia parte na frente

The first vaccine against coronavirus (COVID-19): Russia leads the way

NOVO, Benigno Núñez[1]

Resumo: Este artigo tem por objetivo de forma sucinta fazer uma análise da importância sobre uma vacina contra o coronavírus (COVID-19) e o processo adiantado pela Universidade Sechenov da Rússia na produção da primeira vacina.

Palavras-chave: Coronavírus.COVID-19. Primeira vacina. Rússia.

Abstract: This article aims to succinctly analyze the importance of a vaccine against coronavirus (COVID-19) and the process advanced by Russia’s Sechenov University in the production of the first vaccine.

Keywords: Coronavirus. COVID-19. First vaccine. Russia. 

Sumário: Introdução. 2. Desenvolvimento. Conclusão. Referências.

Introdução           

Os coronavírus são uma família de vírus que podem causar infeções nas pessoas. Normalmente estas infeções afetam o sistema respiratório, podendo ser semelhantes à gripe ou evoluir para uma doença mais grave, como pneumonia. Ainda está em investigação a via de transmissão. A transmissão pessoa a pessoa foi confirmada e já existe infecção em muitos países e em pessoas que não tinham visitado o mercado de Wuhan.

Segundo as informações publicadas pelas autoridades internacionais, a fonte da infecção é desconhecida e ainda pode estar ativa. A maioria dos casos está associada a um mercado em Wuhan (Wuhan’s Huanan Seafood Wholesale Market), específico para alimentos e animais vivos (peixe, mariscos e aves). O mercado foi encerrado a 1 de janeiro de 2020. Como os primeiros casos de infecção estão relacionados com pessoas que frequentaram este mercado, suspeita-se que o vírus seja de origem animal, mas não há certezas. Isto porque já foram confirmadas infeções em pessoas que não tinham visitado este mercado. A investigação prossegue. Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A Rússia anunciou hoje (13/07/2020) que concluiu parte dos testes clínicos necessários para comprovar a eficácia da imunização de uma vacina contra a COVID-19 desenvolvida por iniciativa do governo russo. A expectativa é de que a distribuição da vacina comece já em agosto. A vacina aprovada foi desenvolvida pelo Centro Nacional de Pesquisa para Epidemiologia e Microbiologia Gamalei, a previsão é que “entre em circulação civil” entre 12 e 24 de agosto de 2020.

2 Desenvolvimento        

Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte. A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

A Universidade Sechenov da Rússia concluiu com sucesso os testes em voluntários da primeira vacina contra o coronavírus do mundo. Pesquisadores da Universidade Sechenov, de Moscou, realizaram ensaios clínicos bem-sucedidos de uma vacina contra Covid-19. Os pesquisadores observaram que os resultados em dois grupos de voluntários comprovam a segurança da vacina. Aleksandr Lukashev, diretor do Instituto de Parasitologia e Doenças Tropicais e Transmissíveis da Universidade Sechenov, enfatizou a segurança da nova vacina.

Elena Smoliarchiuk, diretora do Centro de Estudos Clínicos de Novos Medicamentos da Universidade Sechenov, observou alguns dias atrás que os efeitos colaterais da nova vacina eram os usuais: vermelhidão no local da punção e, em alguns casos, dor de cabeça, febre, irritação na garganta ou dor nas articulações. Nenhum desses efeitos adversos, no entanto, durou mais de um dia ou exigiu intervenção médica.

A Rússia vai começar a produzir a vacina contra Covid-19 em agosto, conforme informações da vice-primeira-ministra para Política Social, Trabalho, Saúde e Segurança Social, Tatiana Golikova. Segundo o diretor do Gamalei, que vai fabricar a vacina em parceria com o Ministério da Defesa, o medicamento também checou a ser testado em 50 soldados (45 homens e 5 mulheres).

Microrganismos patógenos emergentes e reincidentes são encarados como um grande problema de saúde pública, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a partir da data de 11 de março de 2020 o mundo vive uma pandemia por coronavírus, que em sua etiologia são vírus de RNA envelopados que acometem seres humanos, alguns mamíferos e aves, causando doenças respiratórias, entéricas, hepáticas e neurológicas. A família do coronavírus possui quatro que causam virulência leve, como um simples resfriado, são eles: 229E, OC43, NL63 e HKUI. As duas outras cepas da família coronavírus são de origem zoonótica, na maioria das vezes são fatais ao ser humano, são elas: A síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV) e a síndrome do Oriente Médio (MERS-CoV), o 2019-nCoV é o sétima cepa da família dos coronavírus que causam virulência no ser humano (ZHU, NA et al., 2020; SENHORAS, 2020).

Levando-se em consideração a recém descoberta da doença assim como a do seu agente transmissor, o coronavírus 2019-nCoV, pode-se dizer que ainda é muito cedo para se fazer qualquer afirmativa mais contundente do que as até aqui postuladas. Ainda há muito a ser estudado e pesquisado, tanto a nível de conhecimento do agente patológico, suas possíveis variações de comportamento as quais podem estar relacionadas a condições climáticas, grupo de indivíduos contraentes da doença etc.; como também sobre a própria patologia, o seu tratamento, profilaxia, meio de propagação e imunização.

Trata-se de um universo de possibilidades as quais precisam serem selecionadas e descartadas uma a uma até que se chegue a uma posição definitiva. No entanto, é possível já se perceber alguns contornos sobre a temática do COVID-19, a sua taxa de propagação muito rápida; a sua alta capacidade de reprodução e adaptação a praticamente todos os continentes do planeta, assim como também alguns procedimentos básicos tanto para o seu tratamento, com algumas ações medicamentosas, pois algumas substâncias já foram apontadas como obtendo bons efeitos para o combate à doença, embora ainda exista algumas dúvidas sobre a questão do isolamento, ainda que a OMS a defenda como medida benéfica. Novos estudos e descobertas nos darão um novo panorama mais abrangente sobre a temática ora discutida, a qual se propõe, nesse artigo, a traçar os seus esboços iniciais.

Existem cerca de 140 projetos de desenvolvimento de vacinas contra a covid-19, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) espera que centenas de milhões de doses possam ser produzidas neste ano e dois bilhões de doses até o final de 2021. É difícil imaginar algo que a humanidade queira e busque mais neste momento do que a vacina para a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. A vacina é a melhor maneira de se proteger e lidar com infecções respiratórias.

A vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela Universidade de Oxford, e testada também no Brasil, pode ser distribuída ainda em 2020, segundo Maria Augusta Bernardini, Bernardini afirmou que, mesmo com os voluntários sendo acompanhados por um ano, há a possibilidade de que a vacina seja disponibilizada antes desse período. “Esperamos ter dados preliminares quanto a eficácia real já disponível em torno de outubro, novembro”. Se com esses resultados a vacina for considerada um sucesso, a intenção é pedir uma autorização de registro em caráter de exceção para que a disponibilização seja feita o mais rápido possível, antes mesmo da finalização dos estudos.

Conclusão

As vacinas são produtos que protegem as pessoas de serem contaminadas por uma determinada doença. Geralmente contêm o vírus ou a bactéria causadora da enfermidade em forma atenuada ou inativa, ou seja, inofensivos para a saúde. Tecnologias mais atuais também permitem incluir apenas partes desses micro-organismos, como proteínas, e outros tipos de moléculas. Depois de a dose ser injetada, os antígenos levam o corpo a produzir anticorpos para enfrentar esses invasores. Assim, quando a pessoa imunizada realmente for infectada pelo vírus ou bactéria, dificilmente terá a doença ou vai desenvolvê-la numa forma muito mais branda.

As iniciativas contra o SARS-CoV-2 estão em um ritmo bem mais acelerado porque apostam em novas tecnologias de desenvolvimento, capazes de abreviar o tempo exigido em algumas etapas do processo. A emergência causada pela pandemia também tem levado agências reguladoras a aceitarem períodos mais curtos para os testes exigidos. A descoberta de uma vacina contra o SARS-CoV-2 pode ser a chance de as novas plataformas de desenvolvimento desses antídotos mostrarem sua eficiência contra uma ameaça que acaba de surgir. Se provarem que são capazes de dar uma resposta, poderão servir como uma solução para outras epidemias futuras.        

Referências bibliográficas

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[1] Advogado, doutor em direito internacional pela Universidad Autónoma de Asunción. E-mail: benignonovo@hotmail.com

Como citar e referenciar este artigo:
NOVO, Benigno Núñez. A primeira vacina contra o coronavírus (COVID-19): Rússia parte na frente. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2020. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/sociedade/a-primeira-vacina-contra-o-coronavirus-covid-19-russia-parte-na-frente/ Acesso em: 25 abr. 2024