Sociedade

A imprensa brasileira não faz jornalismo na redação, mas sim na tesouraria

A imprensa brasileira não faz jornalismo na redação, mas sim na tesouraria

 

 

Ricardo Bergamini*

 

 

Veja a forma asquerosa e inescrupulosa desse artigo ao escrever sobre gastos com pessoal dos estados e municípios, sem citar a União. Tem endereço certo. Tudo foi escrito para atacar apenas o governador paulista e o prefeito de São Paulo Capital.

 

O Brasil somente carrega a palavra (Federativa) no seu nome oficial, sendo na prática um país totalitário e centralizador, desde sua origem, haja vista que as pessoas vivem nas cidades, entretanto a carga tributária arrecadada nos municípios é de apenas 5% do total, sendo de 25% nos estados e pasmem 70% na União, onde ninguém vive (apenas uma figura jurídica).

 

Em vista do acima exposto, no Brasil podemos afirmar que os prefeitos e governadores são apenas vereadores federais. Todos, sem exceção, têm que beijar a mão do príncipe de plantão em Brasília para governar.

 

Todos os gastos com pessoal têm sua origem no governo central, irradiando para estados e municípios, visto proporcionalidade entre níveis de poderes.

 

Em 2002 estados, municípios e união gastaram com pessoal o montante de R$ 198,8 bilhões. Em 2007 o montante foi de R$ 348,3 bilhões. Aumento no nominal de 75,20%, e aumento real no período de 21,59% no período, descontada a inflação oficial no período pelo IPCA de 44,09%.

 

Em 2002 o governo federal gastou com pessoal o montante de R$ 75,0 bilhões. Em 2007 o montante de R$ 126,9 bilhões. Aumento nominal de 69,20%, e aumento real no período de 17,42%, descontada a inflação oficial no período pelo IPCA de 44,09%.

 

Cabe lembrar que não necessariamente os servidores tiveram ganhos reais acima da inflação, visto que houve muita contratação no período. No governo federal foi como segue:

 

Com base nos números conhecidos no mês de dezembro de 2007, comparando com dezembro de 2002, houve aumento do efetivo da ordem 316.535 servidores: Legislativo – 4.668; Judiciário -13.198; Executivo Militar – 169.574 recrutas; Executivo Civil – 118.761 e Ex-territórios e DF de 10.334.

 

Nota: A comparação foi até 2007, visto não possuir os números de 2008 dos estados e municípios. Mas somente da União.

 

 

* Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul..  Site: http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini

 

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Como citar e referenciar este artigo:
BERGAMINI, Ricardo. A imprensa brasileira não faz jornalismo na redação, mas sim na tesouraria. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2009. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/sociedade/a-imprensa-brasileira-nao-faz-jornalismo-na-redacao-mas-sim-na-tesouraria/ Acesso em: 20 abr. 2024