Sociedade

Carta a uma Testemunha de Jeová – Parte II

Carta a uma Testemunha de Jeová – Parte II

 

 

Bruno Soares de Souza

 

 

Fiquei pensando certa vez que cada Testemunha de Jeová, assim como eu, se esforça, de coração a transmitir suas crenças a um maior número de interessados de diversas formas, seja pelo testemunho de casa em casa, seja de forma informal. E muitas vezes com resultados positivos. Alguns tentam inovar.

 

            Se há um campo amplo a ser explorado por curiosos ou não, esse campo é a internet. Essa poderosíssima ferramenta proporciona rapidez nas pesquisas, troca de informações etc. Nos dias atuais onde sobressai a máxima: “time is money”, não é de se admirar que a mensagem eletrônica e seu grande poder de sedução tenha aumentado vertiginosamente e atraído cada vez mais a atenção de muitos.

 

            Numa dessas conversas eletrônicas, sugeri a um colega de faculdade que professa ser evangélico, um estudo da Bíblia Sagrada; sim, através de e-mail, a princípio, como experiência, já prevendo que descartaria de imediato, ora, desde os primeiros períodos ele costumava, veladamente, é verdade, desestimular minhas crenças. Para a minha surpresa, o estudo foi aceito.

 

            A Bíblia Sagrada, bem sei, fornece informações preciosas, mas é necessário compreender o seu significado. Por esta razão, meu objetivo era manter uma seqüência gradual de ensino. De início enviava questões simples, mas interessantes, a fim de estimular o prospectivo estudante virtual de coração empedernido a desenvolver apreço. Idéias simples me vieram à mente.

 

Por exemplo, lembro que fiz uma lista com os 66 livros da Bíblia e na frente dos cinco primeiros escrevi o autor, no caso, Moisés. Daí perguntei se ele saberia completar os demais com os respectivos nomes.

           

Dias depois, fiz perguntas básicas – e também respondia a algumas dúvidas que eram enviadas – tais como: “a estrela que guiou os astrólogos até Jesus foi enviada por Deus?”. Ao passo que as respostas eram dadas, a curiosidade (para não dizer apreço) pelo que chamo hoje de “estudante virtual”, aumentou. Consideramos durante um bom tempo assuntos importantes, como: quem vai para o céu?, qual a condição dos mortos?, dentre outros.

 

            Hoje posso dizer que tive um estudo bíblico com um colega de faculdade bastante produtivo. Consideramos pontos chaves da Bíblia Sagrada, trocamos idéias e percebi que aos poucos a semente da verdade deu frutos.

 

Esse “estudante virtual” hoje tem respeito por minhas crenças. É claro que esse “estudo bíblico virtual” não foi relatado nas horas de serviço de campo. E nem devia relatá-lo. Evidentemente que com essa minha experiência não pretendo incentivar o uso (ou substituição) do trabalho de pregação “frente a frente”, pelo “serviço de campo virtual” O objetivo desta carta é tão-somente informar aos leitores-publicadores da necessidade de um “espírito disposto” para se difundir a mensagem do Reino.

 

            A Bíblia foi escrita para ser divulgada e o exemplo de pregação dado por Cristo e pelos apóstolos continua sendo o modelo perfeito de se levar o conhecimento exato a outras pessoas. E a ajuda do Criador de todas as coisas, através da oração, ainda é o meio mais eficaz de tocar o coração dos “corretamente dispostos”.

 

            Sugeri, recentemente, que “meu estudante” continuasse sim o estudo, mas agora da forma convencional, com um publicador que o visitasse uma vez por semana em sua casa. Hoje tenho a consciência de que a minha parte eu fiz.

 

            Por óbvio tive o cuidado de não me deixar levar pelos perigos da internet, sobretudo porque não sabemos, com raras exceções, quem está do outro lado conversando, e ainda que soubéssemos, toda cautela ainda é pouco. Jamais convidaria um estranho; suas idéias podem ser fachadas para divulgar idéias distorcidas a respeito da Bíblia Sagrada.

 

            As oportunidades para a pregação são amplas. Mas, por mais que nos esforcemos, por mais inusitada que seja a nossa experiência e habilidade como instrutores da Palavra, somos apenas colaboradores, pois, no caso da “semente eletrônica” também, “é Deus quem faz crescer”.

 

 

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Como citar e referenciar este artigo:
SOUZA, Bruno Soares de. Carta a uma Testemunha de Jeová – Parte II. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2008. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/sociedade/carta-a-uma-testemunha-de-jeova-parte-ii/ Acesso em: 25 abr. 2024