Sociedade

Vida Associativa

“Quando dizemos que o homem é
responsável por si próprio, não queremos dizer que o homem é responsável pela
sua restrita individualidade, mas que é responsável por todos os homens.”

(Jean-Paul Sartre)

Passamos por mais uma crise. Falo sobre a crise econômica
mundial cujo início ficou registrado com a quebra do banco norte-americano
Lehman Brothers em setembro de 2008. Vários países entraram em recessão,
situação na qual tecnicamente ocorre redução do nível de atividade por dois
trimestres seguidos. Contudo, no último trimestre, muitas nações conseguiram
reverter este quadro, anotando crescimento em suas economias.

O fato é que falar em crise está sempre na moda. O assunto é
garantia de audiência, habitando os noticiários de jornais, revistas e
programas televisivos. Para alguns, é fato e não especulação, ilustrado por
vendas em queda e desemprego em alta. Para outros, oportunidade ímpar e
inesperada.

Em momentos como este o associativismo surge renovado como
instrumento de apoio, mediação e promoção do desenvolvimento. Um bom exemplo
são os próprios sindicatos de trabalhadores, outrora vinculados à proteção de
direitos e garantias, atualmente envolvidos com a manutenção do emprego sob um
ponto de vista macroeconômico e social.

Para as empresas, as associações também evoluíram de meras
defensoras de interesses corporativos para um ambiente de troca de
experiências, debate de ideias e busca de soluções para problemas que se
assemelham independentemente do porte e área de atuação das companhias.

As associações representam um fórum legítimo para a
discussão de temas relacionados ao universo das relações empresariais. Quando
bem conduzidas, podem assumir uma postura de vanguarda e pioneirismo, reunindo
especialistas de elevada qualificação para semear discussões e apontar caminhos
para novas e instigantes questões.

A vida associativa é um instrumento de exercício da
sociabilidade. Por meio dela você conquista novos amigos, expande seus
conhecimentos, exercita a liderança e atua como agente transformador da
sociedade. Adicionalmente, aprende que por mais restrita que seja sua agenda, é
sempre possível conciliar seu tempo com atividades que não geram ganhos
financeiros, mas que plantam sementes para a posteridade.

No entanto, o bom proveito ocorre quando a atuação é
efetiva, ou seja, não se limita à mera formalização da afiliação por meio de
uma ficha de inscrição e a obtenção de uma carteirinha ou crachá. Integrar-se à
gestão é, inclusive, praticar a cidadania.

Por isso, procure participar! Você poderá escolher associações industriais,
como os Centro e Federações da Indústria; associações comerciais, como os CDLs;
entidades de classe, como a AAPSA e a ABRH; organizações setoriais, como a
Fundação Abrinq e o Instituto Ethos; organizações não governamentais,
sindicatos diversos e outros.

Este é um bom caminho para enfrentar um mundo que
seguramente ainda presenciará muitas e muitas crises, as quais serão superadas
com maior desenvoltura por pessoas e companhias com visão cooperativista e
associativa.

* Tom Coelho é professor universitário, palestrante e escritor
com artigos publicados por mais de 400 veículos da mídia em 14 países. É autor
de “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional”,
pela Editora Saraiva, e coautor de outros quatro livros. Contatos através do
e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.br e
www.setevidas.com.br.

Como citar e referenciar este artigo:
COELHO, Tom. Vida Associativa. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2009. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/sociedade/vida-associativa/ Acesso em: 19 abr. 2024