Tudo tem seu momento certo para acontecer. Não se trata de fatalismo, mas simplesmente resultado do processo de amadurecimento gradativo que se faz invisível mas seguramente.
O Judiciário mineiro, depois do trabalho de muitas gerações de magistrados e servidores, chegou a um ponto de maturidade que possibilita mudanças importantes que se apresentam sob as batutas seguras de REYNALDO XIMENES CARNEIRO E SÉRGIO ANTONIO DE RESENDE.
Essas mudanças consistem sobretudo na valorização do contigente de magistrados e servidores da 1ª instância.
Estávamos todos ruminando idéias e ânsia de melhorias, que pareciam distantes de se concretizarem. Tentativas foram realizadas por outros comandos, mas com sucesso apenas relativo, pois entendia-se que a 2ª instância é que deveria centralizar os investimentos mais expressivos.
Ainda não havia chegado a hora da interiorização, da descentralização, da democratização do Judiciário da terra de Tiradentes, o mais democrático de todos os heróis brasileiros.
Diz-se no Oriente que “quando o discípulo está pronto, o mestre aparece”.
Para as instituições também vale esse provérbio: quando estão maduras, surgem os líderes de escol, que as encaminham rumo a novas conquistas. As instituições não conseguem rumar para horizontes mais avançados sem o comando de líderes de grande descortínio.
A maioria dos membros de todas as instituições não tem o tirocínio dos gênios e dos grandes líderes, os quais são verdadeiras raridades. A imensa maioria de nós compõe a multidão dos medianos.
Sem esses gênios e líderes podemos muito pouco em termos de mudanças decisivas. Realizamos muito bem nossas atividades diárias, mas não enxergamos o que se esconde por trás das montanhas e acima das nuvens.
Os iogues indianos entendem que mais importante do que tudo é encontrarem seu mestre, pois esses últimos é que irão direcionar seus esforços e seu aperfeiçoamento. Sem eles nunca chegarão à realização espiritual.
A afirmação de SÉRGIO RESENDE de que priorizará os investimentos na 1ª instância representou uma grata surpresa para juízes e servidores que labutam nas linhas de frente do Judiciário. Essa idéia nunca antes tinha sido suscitada com tanta ênfase.
E, casando-se com essa mentalidade descentralizadora, está REYNALDO XIMENES se propondo a ouvir as sugestões e críticas dos juízes para verificar os pontos fortes e os pontos fracos da estrutura atual.
Este artigo não é uma bajulação disfarçada – pois não pleiteio nenhuma promoção ou outro benefício – mas é sim uma conclamação a que todos apresentemos nossas sinceras críticas e sugestões para darmos subsídios para melhorias importantes, que nos possibilitem melhores condições de trabalho para melhor servirmos aos nossos cidadãos.
* Luiz Guilherme Marques, Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora (MG).