Judiciário

Comentário Sobre Paulo Medina e a Consciência dos Juízes

 

O Consultor Jurídico (www.conjur.com.br) publicou, em 15/04/2007, um artigo de DANIEL RONCAGLIA intitulado Operação Hurricane, com o subtítulo Ministro Medina diz estar preocupado só com seu irmão:

 

Do artigo extraí um trecho para comentário, que é a própria declaração de PAULO MEDINA ao ConJur, por telefone:

 

“Com meus 40 anos magistratura, vividos com dignidade, continuarei a cumprir com altivez de caráter os dias que me restam, realizando com independência, coragem e compreensão dos fatos todas as tarefas que me restam cumprir até o final da minha vida.

 

Ninguém jamais teve coragem de abordar minha vida judicante.

 

Posso assegurar que os meus olhos se voltam para o alto com a certeza do meu encontro permanente com Deus. Em resumo, sou um homem rigorosamente de bem, da prática do bem que realizo em minha vida.

 

Espero, por acreditar na imprensa, que esta não precipite sua visão quanto aos fatos, mas respeite a quem dela nada tem a esconder, a fidelidade ao seu passado, a certeza na dignidade do presente e na retidão de seu futuro. Assim, não espero que a imprensa faça o juízo mais justo ou injusto, mas que tenha a responsabilidade, sem precipitação de esclarecer a verdade. Quanto a mim, estarei sempre a revelar por inteiro à sociedade quem eu sou como homem, hoje como juiz.”

 

Quero, hoje, trazer ao conhecimento dos prezados Leitores situações que dizem respeito à minha pessoa e a pessoa de minha estima, mas que, acredito, sejam propiciadores de sua reflexão, para que analisem com ponderação as suspeitas lançadas contra esse valoroso líder da magistratura brasileira, que é PAULO MEDINA.

 

O exemplo mais antigo é o do meu falecido pai: ANTONIO DE ARRUDA MARQUES, juiz auditor da Justiça Militar Federal, aposentado com suporte no Ato Institucional nº 5, sem que nenhuma explicação se desse, na época ou posteriormente, para aquela punição, que causou sua morte prematura, de desgosto, com apenas 44 anos de idade, em 1970.

 

Sua conduta isenta desagradou a quem estava no comando do país e o magistrado corajoso e imparcial acabou sendo tido como inconveniente naquele momento histórico…

 

O exemplo seguinte é o meu próprio. Tendo sofrido algumas dezenas de representações, nunca nenhuma delas gerou qualquer punição contra mim.

 

Sempre procurei agir com isenção e coragem, aliás seguindo o exemplo que tive em casa. Com essa conduta, acabei desagradando àqueles que se sentiram contrariados com minhas decisões.

 

Vendo agora o destacado colega de magistratura sendo objeto de referência desairosa ao seu nome, não consegui entender se a intenção é de apenas de informar ou se é de fazer estardalhaço.

 

Sinto-me no dever de dizer estas palavras para mostrar às pessoas em geral que existe sempre a possibilidade de qualquer um de nós ficar exposto aos comentários desairosos ou até de ser punido injustamente, mas que tudo isso acaba sendo, geralmente, passageiro e o que importa realmente é o conceito que sobre nós fazem as pessoas realmente sérias e respeitáveis.

 

Fica, assim, manifestada minha certeza de que nosso amigo passará galhardamente por mais essa tempestade provocada pelo açodamento de uns poucos…

 

Mesmo que outras suspeitas sejam levantadas e até divulgadas aos quatro ventos, continuará o juiz a julgar de acordo, sobretudo, com sua consciência, com os olhos postos no Grande Juiz, que é Deus!

 

 

* Luiz Guilherme Marques, Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora (MG).

Como citar e referenciar este artigo:
MARQUES, Luiz Guilherme. Comentário Sobre Paulo Medina e a Consciência dos Juízes. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2009. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/judiciario/comentario-sobre-paulo-medina-e-a-consciencia-dos-juizes/ Acesso em: 28 mar. 2024