Economia

Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil – Fonte IBGE – Base: Outubro de 2011

Produção industrial cai 0,6% em outubro

Em outubro de 2011, a produção industrial recuou 0,6% em relação a setembro, na série livre de influências sazonais, terceiro resultado negativo nesse
tipo de comparação, acumulando perda de 2,6% nesse período. Este menor ritmo produtivo atingiu 20 das 27 atividades investigadas. No confronto com
outubro de 2010, a atividade fabril apontou redução de 2,2%, acelerando o ritmo de queda frente ao mês anterior (-1,6%). Com o atual desempenho, o
índice no ano mostrou crescimento de 0,7%, abaixo do observado nos meses anteriores. A taxa anualizada, índice acumulado nos últimos 12 meses, manteve
a trajetória descendente iniciada em outubro do ano passado (11,8%), ao passar de 1,6% em setembro para 1,3% em outubro. Ainda na série com ajuste
sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral reforça esse quadro de menor dinamismo, uma vez que aumentou a intensidade dos resultados
negativos nos últimos três meses (-0,9%).

Produção industrial recua em 20 dos 27 ramos pesquisados

Com o recuo de 0,6% observado no total da indústria entre setembro e outubro, o patamar de produção do setor ficou 4,7% abaixo do nível recorde
alcançado em março último. A redução no ritmo da atividade em outubro teve perfil generalizado de taxas negativas, atingindo 20 dos 27 ramos
pesquisados, com destaque para a queda de 5,0% no setor de alimentos, que eliminou o crescimento de 3,1% verificado no mês anterior. Outras influências
negativas vieram dos setores de edição e impressão (-6,7%), máquinas e equipamentos (-3,1%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de
comunicações (-5,0%), fumo (-12,0%) e metalurgia básica (-1,0%), atividades que também apontaram taxas negativas no mês anterior (-5,6%, -5,8%, -11,7%,
-23,9% e –0,1%, respectivamente). Já os principais impactos positivos foram em veículos automotores (1,3%), que voltaram a registrar aumento na
produção após recuar 12,6% em setembro, refino de petróleo e produção de álcool (1,5%), celulose e papel (2,3%) e farmacêutica (1,6%).

Entre as categorias de uso, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de capital (-1,8%) e bens de consumo semi e não duráveis (-1,3%)
apontaram as reduções mais acentuadas, com o primeiro diminuindo a intensidade de queda após recuo de 6,4% em setembro, e o segundo acumulando perda de
3,7% nos três últimos meses. O segmento de bens intermediários (-0,5%) também teve queda e manteve o comportamento negativo observado desde junho. O
setor produtor de bens de consumo duráveis foi o único que registrou expansão nesse mês (2,4%), após acumular perda de 12,7% entre julho e setembro.

Média móvel trimestral cai 0,9% em setembro

Também o índice de média móvel trimestral intensificou o ritmo de queda, com o trimestre encerrado em outubro reduzindo em 0,9% o nível de setembro,
após registrar recuos de 0,4% em agosto e de 0,6% em setembro. Entre as categorias de uso, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, o
destaque ficou com a produção de bens de consumo duráveis, que recuou 3,7% em outubro e marcou três meses seguidos de taxas negativas, período em que
acumulou perda de 7,4%. Os segmentos de bens de capital (-2,2%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-1,2%) também apontaram quedas superiores ao
da média da indústria. O setor produtor de bens intermediários, com variação negativa de 0,2% nos dois últimos meses, permaneceu com a trajetória
descendente iniciada em maio último.

Produção industrial cai 2,2% na comparação com outubro de 2010

Na comparação com outubro de 2010, a produção industrial caiu 2,2% no mês atual, segunda taxa negativa consecutiva e a menor marca desde outubro/09
(-3,1%). Este resultado teve perfil disseminado de queda, já que todas as categorias de uso e 17 das 27 atividades investigadas sustentaram taxas
negativas. Entre os setores, os impactos negativos de maior importância na formação do índice global vieram de veículos automotores (-6,1%), máquinas e
equipamentos (-5,4%), têxtil (-16,0%), edição e impressão (-7,8%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-7,2%), outros produtos químicos (-2,3%)
e farmacêutica (-4,1%). Nessas atividades sobressaíram, respectivamente, a menor fabricação de automóveis; aparelhos de ar-condicionado para uso
central, aparelhos carregadoras-transportadoras e empilhadeiras propulsoras; tecidos e fios de algodão; livros e jornais; motores elétricos e
transformadores; tintas e vernizes e adubos e fertilizantes; e medicamentos. Entre os dez ramos com crescimento, refino de petróleo e produção de
álcool (5,4%) e bebidas (5,0%) exerceram as principais contribuições sobre a média da indústria, influenciados em grande parte pelos avanços na
fabricação dos itens óleo diesel e gasolina automotiva, no primeiro setor, e de preparações em xarope e em pó para elaboração de bebidas, no segundo.

Entre as categorias de uso, o setor produtor de bens de consumo duráveis (-10,1%) mostrou o recuo mais intenso em outubro de 2011 em relação ao mesmo
mês do ano passado, pressionado pela menor fabricação de automóveis (-18,7%), ainda influenciada pelas férias coletivas que atingiram o setor nos dois
últimos meses, e de telefones celulares (-18,9%). Nessa categoria de uso, os principais resultados positivos vieram da maior fabricação de
eletrodomésticos (2,5%), especialmente os da “linha marrom” (15,5%), uma vez que os da “linha branca” (-1,4%) tiveram queda na produção, de
motocicletas (13,5%) e de artigos do mobiliário (0,7%). O segmento de bens de consumo semi e não duráveis (-3,0%) também apontou recuo acima da média
global (-2,2%) e foi negativamente influenciado pelos grupamentos de outros não duráveis (-4,9%) e de semiduráveis (-10,9%), pressionados
principalmente pela redução na produção de livros e medicamentos, no primeiro grupo, e de calçados de material sintético, toalhas de banho de algodão e
de calçados e tênis de couro, no segundo. Já os subsetores de carburantes (-0,3%) e de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (0,0%)
praticamente repetiram o patamar de outubro de 2010.

Ainda na comparação com igual mês do ano anterior, os segmentos produtores de bens de capital (-0,2%) e de bens intermediários (-0,3%) assinalaram
ligeira variação negativa. No primeiro, houve predominância de resultados negativos, com destaque para bens de capital para energia elétrica (-9,1%),
para uso misto (-3,1%), para construção (-10,9%) e agrícolas (-3,1%). O subsetor de bens de capital para equipamentos de transporte (7,1%) exerceu
influência positiva no total da categoria de uso. A variação negativa de 0,3% observada no segmento de bens intermediários frente a outubro de 2010 foi
influenciada negativamente pela menor fabricação dos produtos associados às atividades de produtos têxteis (-16,0%), de metalurgia básica (-2,0%), de
veículos automotores (-4,6%), de borracha e plástico (-4,3%), de outros produtos químicos (-2,0%) e de alimentos (-2,8%), e positivamente pelos setores
de refino de petróleo e produção de álcool (8,6%), indústrias extrativas (1,9%), celulose e papel (2,2%) e minerais não metálicos (1,9%). Nessa
categoria de uso, vale citar também os resultados positivos vindos dos grupamentos de insumos para construção civil (4,9%), que assinalou a sexta taxa
positiva consecutiva, e de embalagens (0,6%).

Produção industrial acumula alta de 0,7% em 2011

No índice acumulado em 2011, a média da indústria foi de 0,7%, com alta em 15 dos 27 setores pesquisados. O ramo de veículos automotores, com expansão
de 3,2%, se manteve como o de maior influência positiva, impulsionado pelo avanço na produção de aproximadamente 70% dos produtos investigados no
setor, especialmente a maior fabricação de caminhões, veículos para transporte de mercadorias, caminhão-trator para reboques e chassis com motor para
caminhões e ônibus. Outras contribuições positivas vieram de outros equipamentos de transporte (9,5%), minerais não metálicos (4,0%), edição e
impressão (3,1%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalares, ópticos e outros (11,0%), indústrias extrativas (2,0%), refino de petróleo e
produção de álcool (1,5%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (4,6%) e fumo (14,5%). Em termos de produtos, os destaques
nestes ramos foram aviões e motocicletas; ladrilhos e placas de cerâmica e cimentos “portland”; revistas e livros; relógios de pulso; minérios de
ferro; gasolina automotiva e óleo diesel; telefones celulares; e fumo processado. Entre os 12 ramos com queda na produção, sobressaíram os recuos
vindos de têxtil (-14,9%), outros produtos químicos (-2,7%), calçados e artigos de couro (-9,3%) e alimentos (-0,6%), pressionados respectivamente pela
menor fabricação de tecidos, fios e toalhas de banho, rosto e mãos de algodão; herbicidas para uso na agricultura; calçados de material sintético e de
couro para uso feminino, e tênis de couro; e açúcar cristal, sucos de laranja e carnes e miudezas de aves congeladas.

Entre as categorias de uso, o perfil dos resultados para o índice acumulado nos dez meses de 2011 mostrou maior dinamismo para bens de capital (4,4%),
que apontou crescimento bem acima da média da indústria (0,7%), impulsionado pelos avanços nos subsetores de bens de capital para transporte, para
construção e para fins industriais. O setor produtor de bens intermediários (0,5%) permaneceu com taxa positiva no índice acumulado no ano, enquanto os
segmentos de bens de consumo semi e não duráveis (-0,1%) e de bens de consumo duráveis (-0,6%) registraram resultados negativos.

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela
UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de
Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás –
Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul..
Site: http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de
Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período
de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos,
na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de
empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul.

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Como citar e referenciar este artigo:
BERGAMINI, Ricardo. Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Brasil – Fonte IBGE – Base: Outubro de 2011. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2011. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/economia/pesquisa-industrial-mensal-producao-fisica-brasil-fonte-ibge-base-outubro-de-2011/ Acesso em: 20 abr. 2024