Economia

Demografia das Empresas – Fonte IBGE – Base: Ano de 2008

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Empresas
de alto crescimento geraram 2,9 milhões de empregos formais entre 2005 e 2008

Estudo
inédito da Demografia das Empresas, feito a partir do Cadastro Central de
Empresas do IBGE e dos Indicadores de empreendedorismo da OCDE, detectou que,
em 2008, havia 30.954 empresas de alto crescimento no País. Elas representavam
8,3% das empresas com 10 ou mais pessoas assalariadas e foram responsáveis pela
geração de 2,9 milhões empregos formais entre 2005 e 2008. Isso equivale a
57,4% do total de 4,9 milhões de empregos criados no período. Outro dado revela
a importância das empresas de alto crescimento para a economia do país: entre
2005 e 2008, o número de postos de trabalho assalariados oferecidos por elas
cresceu 173,7%, o que equivale, em média, a mais 98,4 assalariados em cada
empresa de alto crescimento. No mesmo período, o pessoal assalariado no
conjunto das empresas brasileiras aumentou 22,2%. A seguir, as principais
informações da Demografia das Empresas 2008.

Entre
2007 e 2008, entraram 889,5 mil empresas e saíram 719,9 mil empresas no mercado

Em
2008, havia 4,1 milhões de empresas ativas no País, que ocuparam 32,9 milhões
de pessoas, sendo 27,0 milhões (82,2%) assalariadas e 5,9 milhões (17,8%)
sócios ou proprietários. Os salários e outras remunerações pagos no ano
totalizaram R$ 434,4 bilhões, e o salário médio mensal, R$ 1.255,95, o que
equivale a 3,1 salários mínimos médios mensais1. A idade média das
empresas ativas era de 9,7 anos.

Do
total de empresas ativas, 78,2% (3,2 milhões) eram sobreviventes2,
21,8% eram entradas (889,5 mil), desmembradas em 13,7% de nascimentos (558,6
mil) e 8,1% de reentradas (330,9 mil), enquanto as saídas somavam 17,7% (719, 9
mil empresas).

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Empresas
de maior porte têm maiores taxas de sobrevivência

Existe
uma relação direta entre o porte das empresas e a taxa de sobrevivência.
Enquanto entre as empresas sem pessoal assalariado somente 67,6% são
sobreviventes, nas empresas com 1 a 9 pessoas esta taxa sobe para 89,2% e para
as empresas com 10 ou mais pessoas ocupadas foi de 96,0%. Por sua vez, nos
movimentos de entrada (nascimentos e reentradas) e saídas, a relação é inversa:
as taxas mais elevadas foram observadas entre as empresas sem empregados,
19,0%, 13,4% e 29,1%, respectivamente. As empresas com 1 a 9 pessoas
assalariadas apresentaram um patamar inferior nestes eventos, 8,4%, 2,3% e
4,9%, respectivamente.

Comércio;
reparação de veículos é a atividade com mais entradas e saídas de empresas

As
atividades econômicas que mais se destacaram a partir do total de 889,5 mil
empresas que entraram e de 719,9 mil que saíram foram Comércio; reparação
de veículos automotores e motocicletas com 444,1 mil e 380,4 mil empresas
(49,9% e 52,8%), Indústrias de transformação com 68,7 mil e 59,6 mil
(7,7% e 8,3%) e Alojamento e alimentação com 63,0 mil e 51,6 mil
(7,1% e 7,2%), respectivamente.

A
taxa de entrada das empresas do mercado em 2008 foi de 21,8%. Por atividade
econômica, as maiores taxas de entrada foram observadas em Eletricidade e
gás (30,2%), Artes, cultura, esporte e recreação (29,3%) e Construção (28,7%)
e as menores em Saúde humana e serviços sociais (17,5%), nas Indústrias
de transformação (16,9%) e nas Indústrias extrativas (19,4%).

Por
sua vez, a taxa de saída das empresas foi de 17,7% com as maiores taxas
observadas em Outras Atividades de serviços (22,0%), Artes,
cultura, esporte e recreação (21,4%) e Informação e comunicação (20,4%)
e as menores em Saúde humana e serviços sociais (11,4%), Organismos
internacionais e outras instituições extraterritoriais (11,8%) e Eletricidade
e gás (12,0%).

76,1%
das empresas nascidas em 2007 sobreviveram em 2008

Do
total de 464,7 mil empresas que apareceram pela primeira vez no mercado em
2007, 353,5 mil (76,1%) sobreviveram em 2008. A taxa de sobrevivência tem
relação direta com o porte da empresa. Entre as empresas sem pessoal
assalariado, a taxa foi de 70,6%, nas empresas com 1 a 9 pessoas assalariadas
foi de 91,8% e nas com 10 ou mais pessoas foi de 95,7%.

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Sudeste
(79,1%) e Sul (79,8%) têm as maiores taxas de sobrevivência de empresas

Do
total de 4,4 milhões de unidades locais, 3,4 milhões eram sobreviventes em
relação a 2007 (78,1%), 960,6 mil foram entradas (21,9%), sendo 613,0 mil
(13,9%) nascimentos e 347,6 mil (7,9%) reentradas. As saídas de empresas
totalizaram 770,8 mil empresas (17,5%).

Sudeste
e Sul apresentaram as maiores taxas de sobreviventes (79,1% e 79,8%,
respectivamente) acima da média nacional (78,1%). Mas as maiores taxas de
entrada e de saída foram observadas no Norte (28,9% e 22,0%), Centro-Oeste
(25,1% e 18,4%) e Nordeste (24,5% e 20,1%), assim como as menores taxas de
sobrevivência ,71,1%, 74,9% e 75,5%, respectivamente.

Santa
Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais apresentaram as maiores taxas de
sobrevivência, 82,2%, 80,5% e 79,6%, respectivamente. Por outro lado, Amapá
Roraima, Acre apresentaram as menores taxas, 66,0%, 66,2% e 66,9%,
respectivamente. São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul tinham o maior
número de entradas de unidades locais no mercado (296.138, 97.460 e 84.133,
respectivamente), mas suas taxas de entrada erram baixas (21,3%, 20,4% e
20,6%).

Entre
as empresas brasileiras com dez ou mais assalariados, 8,3% eram de alto
crescimento

Em
2008, havia 371.610 empresas com 10 ou mais pessoas assalariadas no País, sendo
8,3% (30.954) de alto crescimento, que empregaram 4,5 milhões, o que
representa 16,8% do total de 27,0 milhões de pessoas assalariadas. O salário
médio mensal pago foi de 2,4 salários mínimos.

No
caso brasileiro, a participação de 8,3% pode ser considerada elevada para os
padrões internacionais. Em países selecionados apontados nos Indicadores de
Empreendedorismo 2009 da OCDE, as empresas de alto crescimento estão na faixa
de 3,0 a 6,0% das empresas com 10 ou mais pessoas assalariadas. Nos Estados
Unidos e na Espanha estaria próximo a 6,0%, enquanto na Áustria e no Canadá
estaria pouco acima de 3,0%, para o período 2002-2005.

Classificação
proposta pela OCDE norteou estudo do IBGE

As
empresas de alto crescimento, segundo a Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE), são aquelas que, por um período de 3 anos3,
têm crescimento médio do pessoal assalariado maior que 20% ao ano, e pelo menos
10 pessoas assalariadas no ano inicial de observação. As empresas de alto
crescimento com até 5 anos de idade no ano inicial são chamadas ‘gazelas’,
e foram analisadas para o período 2005-2008.

As
empresas de médio crescimento têm crescimento de pessoal assalariado
maior que 5% e até 20,0% ao ano e as de baixo crescimento, taxa maior que
1% até 5% ao ano4.

Os
indicadores das empresas de alto crescimento são calculados com base no total
de empresas com 10 ou mais pessoas assalariadas no ano de referência. Isto
evita distorções, pois nas empresas com até 9 pessoas pequenas variações
absolutas no pessoal assalariado podem ocasionar grandes variações em termos
relativos.

Brasil
tem 12.359 empresas “gazelas”, que empregam 1,3 milhão de assalariados

Entre
as empresas de alto crescimento, 12.359 eram ‘gazelas’, que empregaram 1,3
milhão de assalariados e pagaram, em média, 2,1 salários mínimos mensais. As
‘gazelas’ representaram 39,9% das empresas de alto crescimento, empregaram
28,0% de seus assalariados e pagaram 22,4% dos seus salários e outras
remunerações.

Indústrias
de transformação têm o maior percentual de empresas de alto crescimento (27,4%)

Em
número de empresas, as atividades com as maiores participações relativas nas
empresas de alto crescimento foram Indústrias de transformação, 27,4%,Comércio, 26,4%, Construção,
12,2% e Atividades administrativas e serviços complementares, 7,8%.
Entre as empresas ‘gazelas’, essas atividades se repetem, mas com participações
maiores nas duas primeiras atividades e com ordem inversa na terceira e na
quarta colocações: Indústrias de transformação(27,9%), Comércio (27,3%), Atividades
administrativas e serviços complementares (10,3%) e Construção (9,2%).
Em pessoal assalariado, essas atividades também apresentaram as maiores
participações.

Empresas
de alto crescimento geraram 57,4% dos empregos formais assalariados entre 2005
e 2008

Apesar
de representarem somente 1,7% do total de empresas com pessoal assalariado5 em
2008 e 8,3% das empresas com 10 ou mais pessoas assalariadas, as empresas de
alto crescimento têm papel relevante na economia brasileira, particularmente na
geração de empregos formais: elas foram responsáveis pela geração de 2,9
milhões de postos de trabalho assalariados entre 2005 e 2008, ou 57,4% do total
de 4,9 milhões de postos assalariados formais gerados no período.

Em
2005, nas 30.954 empresas de alto crescimento havia 1,6 milhão de postos
assalariados formais. Em 2008, este volume havia atingido 4,5 milhões, o que
representou um crescimento de 173,7% no pessoal assalariado. No mesmo período,
o pessoal ocupado assalariado em todas as empresas aumentou 22,2%, passando de
22,1 para 27,0 milhões de pessoas assalariadas. Em média, cada empresa de alto
crescimento empregou mais 98,4 pessoas.

Construção
de edifícios lidera na geração de empregos formais entre 2005 e 2008

Nas
empresas de alto crescimento, o ranking é liderado por Construção de
edifícios com 198.246 novos postos, seguido de Limpeza em prédios e
em domicílios com 117.283, seguida de Locação de mão-de-obra
temporária com 114.975. As 25 principais atividades foram responsáveis por
44,7% do saldo de pessoal ocupado assalariado.

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Sudeste
concentra 53,6% das unidades locais das empresas com alto crescimento

O
Sudeste concentrava 50,6% das unidades locais das empresas com pessoal ocupado
assalariado, com Sul (22,2%), Nordeste (15,4%), Centro-Oeste (8,0%) e Norte
(3,8%) a seguir.

Em
2008, as 30.954 empresas de alto crescimento tinham 67.561 unidades locais
ativas, muito concentradas no Sudeste (53,6%) enquanto no Sul (19,6%), Nordeste
(14,8%), Centro-Oeste (7,4%) as participações eram menores.

As
três Unidades da Federação com as maiores participações nas unidades locais das
empresas de alto crescimento estavam no Sudeste: São Paulo, com 33,8% das
unidades locais das empresas de alto crescimento, Minas Gerais (9,7%) e Rio de
Janeiro (7,9%) na terceira colocação.

Notas:

1 O
salário mínimo médio mensal no ano de 2008 foi de R$ 409,62.

2 Neste
caso, são consideradas sobreviventes as empresas ativas em 2007 que assim
permaneceram em 2008, independente do ano de fundação e/ou entrada em
atividade.

3 Este
cálculo pode ser realizado com pessoal ocupado assalariado (‘employees’) ou com
receita (turnover), segundo a OCDE. Como no CEMPRE não existe informação de
receita para a totalidade das empresas, optamos por calcular a taxa de
crescimento com base no número de pessoas ocupadas assalariadas na empresa
entre 2005 e 2008.

4 Estas
definições ainda não foram adotadas pela OCDE, mas estão em estudos de países
europeus como a Dinamarca, por exemplo.

5 Em
2008, havia 1,9 milhão de empresas com pessoal assalariado do total de 4,1 milhões
de empresas ativas.

Arquivos
oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

*
Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no
Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no
período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período
de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e
Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na
área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA
Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e
palestrante, assessorando empresas da região sul.. Site:
http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini* Ricardo Bergamini,
Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro,
com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de
1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989.
Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova
York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira
em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside
em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante,
assessorando empresas da região sul.

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Como citar e referenciar este artigo:
BERGAMINI, Ricardo. Demografia das Empresas – Fonte IBGE – Base: Ano de 2008. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2010. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/economia/demografia-das-empresas-fonte-ibge-base-ano-de-2008/ Acesso em: 28 mar. 2024