Economia

Pesquisa Anual da Indústria da Construção – Fonte IBGE – Base: Ano de 2008

 

 

 

 Indústria de construção cresce em 2008

 

A Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) de 2008 observou expansão em todos os grupos de produtos e serviços da construção nas empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas. Em relação a 2007, obras de infraestrutura cresceram 27,1%, edificações industriais, comerciais e outras edificações não residenciais, 28,8% e o grupo serviços especializados para construção, 21,1%. O valor do segmento de edificações residenciais avançou 20,7%, principalmente por causa do aumento observado em edifícios residenciais (21,2%).

 

A Paic 2008 utiliza a versão 2.0 da Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE), no lugar da versão 1.0, que era utilizada na pesquisa anterior. O maior detalhamento existente na CNAE 2.0 permite uma análise mais apurada da evolução das atividades da construção. Nesta pesquisa, os produtos foram agregados em quatro grandes grupos: edificações residenciais; edificações industriais, comerciais e outras edificações não residenciais; obras de infraestrutura e serviços especializados. Considerando as empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas, todos os grupos tiveram crescimento de 2007 para 2008.

 

A seguir, os principais destaques da PAIC 2008.

 

Em 2008, o valor das incorporações, obras e serviços foi de R$ 159,0 bilhões, o que representa um aumento de 22,3% em termos nominais e 12,3% em termos reais em relação a 2007. A receita líquida das empresas foi de R$ 149,6 bilhões, um crescimento nominal de 19,8% em relação ao valor de 2007, R$ 124,9 bilhões. As empresas realizaram obras e serviços no valor de R$ 154,1 bilhões, dos quais R$ 67,6 bilhões foram construções para entidades públicas, que representaram 43,9% do total das construções, participação maior do que a observada em 2007 (40,3%).

 

As 56,6 mil empresas ativas do setor da construção ocuparam aproximadamente 1,8 milhão de pessoas em 2008, em 2007, cerca de 52 mil empresas ocuparam aproximadamente 1,6 milhão de pessoas, houve um crescimento. O gasto total com o pessoal foi R$ 38,2 bilhões, dos quais R$ 25,5 bilhões foram em salários, retiradas e outras remunerações, o que significou uma média mensal de 2,6 salários mínimos, já em 2007, o gasto total com o pessoal foi 29,3 bilhões, deste valor, 19,6 bilhões foram em salários, retiradas e outras remunerações.(Tabela 1).

 

Vários fatores atuaram a favor do avanço da Indústria de Construção no período entre 2007 e 2008, principalmente os programas de financiamento e apoio a projetos de infraestrutura nas áreas de energia elétrica, energia renovável, petróleo e gás natural, logística e telecomunicações. Outros fatores favoráveis foram: crescimento da renda familiar e do emprego; aumento nas operações de crédito direcionadas à habitação; a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados de diversos insumos da construção, entre outros. Além disso, a economia cresceu mais de 5% ao ano pela segunda vez consecutiva.

 

A seguir, os resultados da PAIC 2008 considerando as empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas.

 

Crédito Imobiliário traz crescimento para o grupo edificações residenciais

 

O valor das edificações residenciais cresceu 20,7% em termos nominais. O produto de maior peso individual na construção, edifícios residenciais, cresceu 21,2%. A expansão do crédito imobiliário contribuiu para isto. Segundo o Banco Central do Brasil, o valor emprestado para o financiamento imobiliário foi R$ 29,1 bilhões, 65,0% superior ao emprestado em 2007 e o número de unidades financiadas, 294,2 mil, foi 52,0% maior que na pesquisa anterior. Deste montante, 53,1% foram destinados para novas construções de imóveis. Em 2008, foram alocados R$ 10,5 bilhões para o financiamento de habitações populares com recursos provenientes do FGTS, um valor 69,4% maior que os R$ 6,2 bilhões destinados em 2007.

 

Também foram observados crescimentos na incorporação de empreendimentos imobiliários (11%) e administração de obras (33,7%).

 

Infraestrutura avança 27,1% em relação a 2007

 

O grupo obras de infraestrutura teve um avanço de 27,1% em relação a 2007. Os maiores impactos positivos vieram de plantas e instalações industriais (tubulações, redes de facilidades, etc.) com expansão de 199,6% e de pavimentação de rodovias, auto-estradas e outras vias não urbanas, com acréscimo de 48,3%. Foram observados aumentos também em energia elétrica, que inclui usinas, estações e subestações hidrelétricas, termelétricas, nucleares e eólicas (54,2%) e redes de transmissão e distribuição de energia elétrica (35,7%). Obras de engenharia civil não especificadas anteriormente (52,8%); ruas, praças, calçadas ou estacionamentos (55,8%) e dutos, oleodutos, gasodutos, minerodutos e etc (26,5%).

 

Os outros grupos da indústria de construção também têm resultados positivos

 

O valor de edificações industriais, comerciais e outras edificações não residenciais teve crescimento de 28,8% em 2008. Dentro do setor se destacam os avanços de 408,0% em estações de embarque e desembarque (rodoviárias, aeroportos, portos, estações de metrô e trens.), 41,9% em edifícios comerciais, como supermercados, de 14,9% em edificações industriais (fábricas, oficinas e galpões, etc.) e 22,1% em serviços de reforma ou manutenção de edifícios não residenciais.

 

O grupo serviços especializados para construção apresentou crescimento de 21,1% impulsionado pelas variações positivas vindas de escavação e movimentação de terras (terraplenagem) com 49,4% de crescimento entre 2007 e 2008, instalações elétricas com 54,0% e Fundações com 105,9%.

 

Arquivos oficiais do governo estão disponíveis aos leitores.

 

 

* Ricardo Bergamini, Economista, formado em 1974 pela Faculdade Candido Mendes no Rio de Janeiro, com cursos de extensão em Engenharia Econômica pela UFRJ, no período de 1974/1976, e MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC/RJ, no período de1988/1989. Membro da área internacional do Lloyds Bank (Rio de Janeiro e Citibank (Nova York e Rio de Janeiro). Exerceu diversos cargos executivos, na área financeira em empresas como Cosigua – Nuclebrás – Multifrabril – IESA Desde de 1996 reside em Florianópolis onde atua como consultor de empresas e palestrante, assessorando empresas da região sul..  Site: http://paginas.terra.com.br/noticias/ricardobergamini

Como citar e referenciar este artigo:
BERGAMINI, Ricardo. Pesquisa Anual da Indústria da Construção – Fonte IBGE – Base: Ano de 2008. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2010. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/economia/pesquisa-anual-da-industria-da-construcao-fonte-ibge-base-ano-de-2008/ Acesso em: 16 abr. 2024