Direito Internacional

Balanço de Copenhague

 

21 de dezembro de 2009

 

Lendo os jornais agora pela manhã vi a manchete, pequena, no pé de página, de que os EUA estão cobertos de neve, que o inverno lá chegou antes. Frio, portanto. O suposto aquecimento global, há cerca de um ano, era usado pela estatal Sabesp para aterrorizar os paulistas com comerciais a respeito da suposta ameaça da falta de água por aqui. Depois dos sucessivos dilúvios verificados em 2009 em todo o país não restou alternativa que não acabar com o terrorismo da falta de água, descontinuando os comerciais terroristas. Os fatos enquadraram os ecochatos. Os fatos sempre enquadrarão os que vivem mergulhados na Segunda Realidade.

 

O mesmo vimos acontecer em Copenhague. A grande notícia é que Barack Obama curvou-se aos fatos e, junto com a China e a Alemanha, mandou ao lixo as palavras de ordem dos ativistas sinceros e também dos assalariados hipócritas da muitas Ongs que vivem dessa fantasia barata. Acabou-se o que era doce. Na hora “h” quem detém o poder de Estado precisa enxergar o real e o real é que a natureza se subordina ao homem e não o homem à natureza, verdade bíblica muito antiga. Por conta dessa tolice dos engenheiros sociais, empenhados na criação no Estado mundial, queria-se manietar todos os habitantes da Terra, com impostos transnacionais, com regulação da emissão de carbono, com arrematadas loucuras que levariam a economia mundial ao desastre. O bom senso prevaleceu, mesmo que a contragosto.

 

Barack Obama para mim está em franco processo de despertar. Primeiro com relação às guerras no Iraque e no Afeganistão, como pudemos ver no discurso que proferiu por ocasião da entrega do Nobel da Paz. Cadê o pacifista? Sumiu das telas, agora temos o estadista empenhado na realpolitik.  Agora também dando uma banana para as teses ecológicas. Sem falar do que fez com o episódio de Zelaya em Honduras, mandando o neo-imperialista Lula para o devido lugar. Para ser perfeito teria agora que acabar com a emissão de moeda farta para manter as empresas norte-americanas quebradas. Penso que em breve poderemos ter novidade nessa área. Continuando assim, acabarei fazendo campanha pela sua reeleição. Deve dizer que o processo de amadurecimento de Obama está me surpreendendo positivamente.

 

A grande vantagem de termos tido a conferência de Copenhague agora é que seu fracasso levará a que o assunto seja esquecido por alguns anos. O alarido das Ongs nos últimos tempos se deveu à expectativa da conferência. Sem agenda no horizonte e com o fracasso rotundo das mentiras e absurdidades na conferência envolvendo o clima desaparecerão gradualmente do noticiário as bobagem em torno do tema. Seja bem vinda a neve, bem vindas as chuvas. A realidade se imporá aos homens mesmo que estes a recusem. Inevitável acordar com o nascer do sol.

 

Enquanto isso Lula aumenta seu descolamento do real. Sua atuação em Copenhague foi deprimente, unindo a alienação à bazófia que lhe é típica. Ter um presidente descolado do real dá nisso. O auto proclamado grande líder emergente não passa de um presunçoso, que acredita em palavras de ordem, a despeito das chuvas e da neve. Do real. Não passa de um tolo.

 

 

* José Nivaldo Cordeiro, Executivo, nascido no Ceará. Reside atualmente em São Paulo. Declaradamente liberal, é um respeitado crítico das idéias coletivistas. É um dos mais relevantes articulistas nacionais do momento, escrevendo artigos diários para diversos jornais e sites nacionais. É Diretor da ANL – Associação Nacional de Livrarias.

Como citar e referenciar este artigo:
CORDEIRO, José Nivaldo. Balanço de Copenhague. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2009. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/direito-internacional/balanco-de-copenhague/ Acesso em: 28 mar. 2024