Direito Ambiental

S O S Terra!

 

 

Pensávamos, com certa indiferença talvez, que “no nosso Brasil, não temos furacão, vulcão” e outros congêneres, que catástrofes só acontecem além fronteiras. Pelas evidências, temos que mudar de idéia.

 

Só nos últimos dias, amargamos tristeza singular, ao saber que aqui, no nosso pequeno Espírito Santo, pessoas do nosso convívio foram tragadas e soterradas com quedas de barreira, desabar de estradas. Lavouras foram perdidas, logo, há queda da produção e o que daí decorre.

 

Toda culpa é posta nas chuvas que caem abundantemente. Esquecemos de perguntar, por que chove tanto e por que as águas que deveriam ter vertente certa, passam a correr alhures, fazendo o que sabem fazer tão bem, contudo, provocar erosão, desequilíbrio e desarmonia do ambiente, criado e visto na sua origem, que era muito bom.

 

Onde estão nossas matas? A ganância planta eucalipto em solos agricultáveis. É frágil a vigilância que previne o dano ambiental. A milionária extração de rochas se efetiva indiferente ao entorno em que se dá. Não há dificuldade em transferir direitos pessoais e fuga permanente de quem danifica, a ponto de nem mesmo toda boa vontade do Ministério Público alcançar tantos descalabros.

 

São pouquíssimas as reservas legais devidamente registradas, ou seja, aquele percentual da área de um proprietário que deve ser mata intocável.

 

Por iniciativa do “Aliança pelo Planeta” (grupo francês de Ongs ambientalistas), onde a conscientização a respeito chegou, realizou-se um apelo que consistiu em serem dedicados CINCO MINUTOS DE REPOUSO PARA A TERRA. Concretamente, consistiu em se apagarem todas as lâmpadas e aparelhos domésticos entre 19h55m e 20 h, no dia 1º de fevereiro.

 

Não foi só para economizar eletricidade, mas chamar a atenção da mídia e daqueles que têm poder de decisão sobre o desperdício de energia e a urgência de agir!

 

Na mesma data, e esta foi o motivo da escolha, foi apresentado na França, o relatório produzido por um grupo de técnicos em climatologia da ONU. As conclusões são dramáticas e alertam que não se tem mais como esperar que todos os cidadãos decidam a fazer cada um, sua parte, que em cada oportunidade se cobre a urgência com que deve ser tratada a questão da mudança climática mundial.

 

Acaba de ser profetizado que, a persistir a indiferença presente, nossa magnífica Floresta Amazônica poderá virar cerrado, que o nosso fantástico Pantanal Mato-Grossense, tem sua morte estimada até 2050.

 

Até lá eu já não estarei por aqui, dirá alguém, mas com certeza estarão nossos filhos, nossos netos, as futuras gerações. E eles merecem viver em um ambiente ecologicamente equilibrado.

 

 

 

* Marlusse Pestana Daher, Promotora de Justiça, Ex-Dirigente do Centro de Apoio do Meio Ambiente do Ministério Público do ES; membro da Academia Feminina Espírito-santense de Letras, Conselheira da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Vitória – ES, Produtora e apresentadora do Programa “Cinco Minutos com Maria” na Rádio América de Vitória – ES; escritora e poetisa, Especialista em Direito Penal e Processual Penal, em Direito Civil e Processual Civil, Mestra em Direitos e Garantias Fundamentais.

Como citar e referenciar este artigo:
DAHER, Marlusse Pestana. S O S Terra!. Florianópolis: Portal Jurídico Investidura, 2009. Disponível em: https://investidura.com.br/artigos/direito-ambiental-artigos/s-o-s-terra/ Acesso em: 20 abr. 2024